A Argentina acaba de eleger um novo presidente — Javier Milei —, ele que se assume como ultra-liberal, anarco-fascista, e venceu as eleições à segunda volta quando derrotou com 56% dos votos expressos o outro candidato, Sérgio Massa, ele que era ministro do actual governo e defendia a corrente peronista, particularmente importante no cenário político e social da Argentina. Já em relação a Milei, que apareceu como comentador televisivo no período da pandemia com afirmações “sem filtros” que rapidamente lhe permitiram vastos apoios da sociedade argentina, nomeadamente dos mais jovens, que viam nele um indivíduo diferente e capaz de rasgar com os convencionalismos, defende o encerramento do banco central do país, a adopção do dólar como moeda na Argentina e a redução do governo para apenas oito ministérios.

Curiosamente, Javier Milei, que tinha ficado em segundo depois das primeiras eleições presidenciais na Argentina, acabou por vencer nesta segunda volta contra todas as expectativas, com um discurso disruptivo e pouco consensual, próprio afinal de que surge pernte a opinião pública como um economista excêntrico, capaz de agir de forma impulsiva, com um discurso no mínimo diferente no qual não se coíbe de dizer palavrões e afirmar que prefere a máfia ao Estado.

Crítico do presidente brasileiro Lula da Silva mas também do Papa Francisco, de quem diz ser o líder da Igreja Católica “um perigoso comunista”, Javier Milei tem como uma das pessoas que diz admirar a antiga primeira-ministra britânica Margaret Tatcher, curiosamente vista durante muitos anos como a grande adversária da Argentina já que foi com ela à frente do governo britânico que a Inglaterra e a Argentina se envolveram na luta política mas tambem militar pelas ilhas Malvinas (ou Falkland), um arquipélago que se encontra sob administração do Reino Unido desde Janeiro de 1833 e que, entre 2 de Abril e 14 de Junho de 1982 motivou mesmo o que foi chamado de “Guerra das Malvinas” com a Argentina e o Reino Unido a baterem-se pelo controle daquelae arquipélago. Curiosamente, naquela época era Tatcher quem liderava o governo britânico, motivo pelo qual a “Dama de Ferro” foi sempre vista como inimiga da Argentina, algo que agora o novo presidente da Argentina vem contraria apontando mesmo Tatcher como alguém que admira.

Javier Milei derrotou assim o candidato peronista, Sergio Massa, um político experiente, ministro da Economia desde o ano passado e que ganhou na primeira volta das eleições presidenciais mas sem conseguir então a maioria dos votos, o que obrigou a segunda volta com os dois candidatos mais votados. Milei acabou assim por vencer por 56% dos votos, devendo iniciar funções a 10 de Dezembro próximo.

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